O papel do
missionário além–fronteiras diante do desafio da inculturação
Vivemos em comunidade e somos parte
de uma população. Acreditar na possibilidade de inculturar-se é um dos
primeiros passos a serem dados para que vivamos bem e harmoniosamente com os
outros, agregando-nos seus costumes, tradições e tudo que abarca os aspectos da
cultura propriamente dita.
Inculturar-se é basear-se no respeito pelas
manifestações culturais, hábitos de vida e alimentação que para um estrangeiro
em terras estranhas é muita vezes desconhecida.
Cabe aqui
levantarmos um questionamento; até que ponto a minha cultura pode interferir no
modo de viver de um determinado povo? A problemática levantada requer uma
atitude de olhar e escuta atenta aos princípios norteadores dos que saem
de sua terra e vão ao encontro de outros povos.
Sem deixar de lado o processo
formativo na abordagem missionária, podemos ainda levantar outra interrogativa;
como conviver com outras realidades sem perder de vista a nossa essência
cultural e religiosa?
O convite para o caminhar missionário
vem de Jesus, a imagem de Deus que convoca e envia em missão. A vocação e a
missão são antes de tudo pressupostos para uma resposta definitiva quando se
trata da escolha pelo Reino.
As prioridades e desafios de um
missionário que abraça a missão passam pelo reconhecimento do seu próprio
chamado ao testemunho vivo e eficaz da presença de um Cristo que veio para
estar no meio do povo sofredor e dos que desconhecem seu plano de salvação,
independentemente de sua cultura.
O testemunho e a doação total de um
missionário devem perpassar qualquer desafio e cultura, ele deve estar aberto
para o novo e sem medo dedicar-se e ‘’lançar-se para as águas mais profundas’’,
dando de fato um verdadeiro sentido à vida mediante o convite que recebeu do
próprio Cristo. Do mesmo modo como abraçamos nossa vocação à vida, devemos
assumir nosso papel de cristãos e missionários construtores de um Reino de
justiça e igualdade social, tendo em nossos corações os mesmos sentimentos de
Cristo.
Enfim, é na autenticidade de nossa
resposta ao chamado D’ele que seremos mais corresponsáveis para com nossas
obrigações missionárias formando e animando assim a Igreja de Cristo, ‘’ o povo
de Deus’’, que conta com a presença e participação ativa de todos. Peçamos ao
Senhor da Messe que o nosso testemunho de vida possa dizer mais do que nossas
palavras e que com nossa maneira de viver estejamos verdadeiramente anunciando
Jesus Cristo, ‘’ Caminho, verdade e vida’’.
Sejamos missionários dispostos e
fiéis ao projeto ‘’ mandato’’ de Cristo.
Jhonatan dos Santos Ferreira
(Graduando em filosofia presbiteral)
Pré-noviço da Congregação do
Imaculado coração de Maria- CICM
Revisão: Alef César